O mercado ecossocial



Marcelo Rocha

A prática do desenvolvimento sustentável não implica em se posicionar contra o progresso e nem há necessidade de se renunciar a ele em prol da preservação do patrimônio ambiental. Muito pelo contrário. A inserção das ideias sustentáveis na economia e nos diversos setores da sociedade, tem como intenção fazer com que o progresso seja contínuo e gradual.
O progresso econômico deve ser limitado ecologicamente e sua busca não pode ser feita a qualquer custo. Verdade é que o progresso econômico modificou o mundo, mas tal modificação, não trouxe somente pontos positivos, por isso o momento é o de se adotar uma economia de mercado ecossocial. Através dela será possível implementar adequadamente o desenvolvimento sustentável no sistema econômico dos países sem frear o crescimento dos mesmos.

A ideia é que o mercado ecossocial seja implantado não só nos setores econômicos de transformação da matéria-prima e de fabricação de produtos industrializados, mas também na agricultura, na pecuária, na pesca, no extrativismo vegetal e inclusive nos setores econômicos relacionados aos serviços e tecnologia.
A meta dos setores econômicos deve ser voltada para a expansão dos seus negócios para a área ecossocial, focando na fabricação e oferecimento de produtos e serviços sustentáveis, além de criar meios para atrair a população para o consumo desse tipo de produto, o que pode ser feito através do mercado promocional ecossocial.
Como se sabe, a mídia tem um papel fundamental na formação do perfil consumista do ser humano. Os informes publicitários, seja em qualquer forma de veiculação, tem um grande poder de influenciar e de transformar a vontade humana. Portanto, constitui uma ferramenta valiosa para criar e incutir no homem a ideia da sustentabilidade e do consumo consciente e responsável. É importante que as empresas e os consumidores estejam caminhando juntas em prol de uma mesma causa: salvar o planeta.
O mercado ecossocial, que hoje pode ser considerado um diferencial, mais tarde será uma obrigação. O modelo de consumo desenfreado e irresponsável está com os dias contados e quem não se adequar será deixado para trás.
A educação ambiental aliada ao mercado ecossocial também constitui ponto de partida fundamental para a prática do desenvolvimento sustentável. É preciso que a população mundial aprenda a praticar o consumo consciente, sem exageros e desperdícios. Dessa forma, o mercado produzirá somente o necessário. Se não tiver quem consumir, não há que se justificar a produção excessiva. É tudo uma questão de equilíbrio que envolve a sociedade como um todo. Ninguém está excluído de zelar pela preservação da vida. Muito pelo contrário, todos são legitimados, constitucionalmente e eticamente a promover a salvação da Terra.


Marcelo Antonio Rocha é Bacharel, Especialista e Mestre em Filosofia pela UFMG e Bacharel em Direito pela ESDHC (onde leciona disciplinas de Formação Humanística).

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